Mercado regulado é garantia de preço aos produtores de arroz
Equilíbrio entre oferta e demanda garante rentabilidade nas lavouras gaúchas
Joana Colussi
Com a abertura de novos mercados para o arroz, os produtores gaúchos passam a ter maior tranquilidade para calcular a rentabilidade das lavouras. Sem depender de intervenções do governo para equilibrar a oferta e demanda, querem independência para colocar a produção no mercado por um preço superior aos custos de produção.
Hoje, a saca de 50 quilos do produto é vendida em média a R$ 33,50, com custos de produção para o agricultor em torno de R$ 29, conforme o Irga. Produtor de arroz na Fronteira Oeste, Valmor Renê Poerschke concluiu há 15 dias o plantio de 480 hectares na Estância Namuncura, no limite de Itacurubi com São Borja.
Otimista em relação à safra, Poerschke pretende se aproximar da audaciosa meta do Projeto 10 _ programa do Irga que busca elevar a produtividade do arroz gaúcho irrigado para 10 mil quilos por hectare entre os participantes. Para tentar chegar lá, o produtor adota manejo integrado que vai desde a preparação do solo, adubação, combate às ervas daninhas, semeadura até a irrigação na época correta.
_ Todas as práticas são para produzir um arroz com qualidade e em conformidade com critérios ambientais _ destaca Poerschke, que na última safra recebeu o Selo Ambiental do Irga, concedido a um grupo seleto de produtores.
Quanto à rentabilidade do investimento na lavoura, o produtor está confiante especialmente por dois fatores: boas condições climáticas e consolidação das exportações, já que vende o produto para cooperativas da região e indústrias exportadoras.
Retorno maior na indústria
Responsável por 10% das vendas externas de arroz no país, a Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto (Cooplantio) chegou a exportar 250 mil toneladas do produto na safra 2011/2012 _ quando o Brasil embarcou o volume histórico de 2 milhões de toneladas. Neste ano, mesmo com menor demanda dos países africanos, a cooperativa destinará 40% da produção para o Exterior.
_ Enquando tivermos mercados externos, dificilmente teremos problemas de preço, como ocorria em anos anteriores _ aponta Camilo de Oliveira, gestor da unidade de alimentos da Cooplantio, localizada em Pelotas.
Até então com as exportações limitadas a arroz quebrado (considerado um subproduto), foi a partir de 2011 que a cooperativa passou a sentir os reflexos das vendas externas da produção em casca e do industrializado. Mercados como Angola passaram a importar arroz branco, Nigéria o parboilizado, e Europa, o integral. Neste ano, a Cooplantio passou a exportar o arroz industrializado com o selo do projeto Brazilian Rice.
_ Nosso retorno é maior na industrialização, pois conseguimos aumentar o valor do produto _ destaca Oliveira, comparando que uma tonelada de arroz em casca é exportada por US$ 340 e a beneficiada por US$ 590.
Com as exportações consolidadas, as cerca de 200 indústrias gaúchas de beneficiamento conseguiram reduzir a capacidade ociosa _ em torno de 25%.
_ As exportações são a nossa base de sustentação, pois aliviam a pressão no mercado interno e movimentam a base produtiva _ avalia o presidente do Sindicato da Indústria do Arroz no Estado (Sindarroz), Elton Doeler.
ZERO HORA
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